sábado, 8 de agosto de 2009

A CULTURA DA DESTRUIÇÃO DE JOGADAS

Lá nos anos 70 ,três irmãos entraram para a história do futebol brasileiro.Um deles,Bibiano Pontes, jogou quase 10 anos no Internacional com caracteristicas de velocidade e habilidade.
Os outros 2,João e Daison Pontes, notabilizaram-se pela violência com que disputavam cada palmo do campo.Para se ter uma idéia,Daison é o recordista na CBF com 18 expulsões na carreira e o título de ser o 1.jogador a ser expulso de campo por agressão ao árbitro porque,segundo Daison:"apitar o segundo penalti no mesmo jogo só pode ser marcação comigo.."
Para fechar sua incendiária carreira, foi expulso do Flamengo/RJ com 3 meses de clube por ...agressão num coletivo. Por incrível que pareça, até a partida de despedida dos flamantes zagueiros acabou em pancadaria!

Fiz esta introdução pois quero dizer que ,na minha opinião, estamos passando por um grande problema de foco. O princípio deste esporte é jogar futebol.Em décadas passadas,mesmo perante a violência de zagueiros como João e Daison, predominava a busca pelo gol e o toque de bola.

Falcão está coberto de razão ao afirmar que o "futebol está perdendo parte do seu encanto devido a cultura da destruição de jogadas que hoje prevalece sobre a tecnica.." Ele segue a coluna,esplendida na minha opinião, aonde afirma que os treinadores,na maioria, não se preocupam em construir jogadas e estimular o drible e as triangulações.

A maioria só quer saber de marcação e bloqueio.Por fim, Falcão reconhece que futebol é um esporte de contato físico mas como o objetivo é tentar impedir o outro de jogar muitas vezes os dois times em campo conseguem isso.

No fim de sua coluna ele ainda afirma que a única jogada ensaiada é a bola parada como se isso exigisse grande planejamento!

Acho ainda lamentável a atuação da imprensa que, para ficar de bem com as torcidas, afirma que o time A tem mais habilidade,porém, o time B tem mais pegada.Ora,mas o que é isso?! É dever de um formador de opinião não mascarar times pobres tecnicamente com esta conversa fiada de que são times pegadores!

Devido a esta distorção de foco hoje se escuta no estádio jovens dizendo que jogar bem não interessa !O que vale é chegar junto e mostrar quem manda aqui !

Somos responsáveis pela cultura futebolística que deixaremos aos nossos filhos. É lógico que marcação é importante,porém, o príncipio do esporte é de que as equipes que jogam melhor e dominam seus adversários,,geralmente vencem seus jogos.

João Munari

2 comentários:

Anônimo disse...

Hj existe um grande congestionamento de jogadores numa determinada metade do campo.em outros tempos esse mesmo equilibrio de forças se apresentava com um número bem menor de jogadores ou seja,tínhamos mais espaço,mais longo e dificil era o sistema de cobertura defensiva por exemplo. outros fatores existem mas paro por aqui! enquanto isso...dele contra ataque!!!

Cauteloso do Futuro disse...

Discordo do eminente mantenedor deste blog encarnado. A saga da familia Pontes deve ser entendida como a forma mais viril de recepcionar um balon de couro inflamado advindo do inimigo, ou um prato de feijao bem servido que se colocava à disposicao de tais operarios bem na hora do almoco. Tive a felicidade de assistir tais demonstracao de como se aplicar a forma mais bagual de se jogar futebol num gramado entao esburacado, nao pelas chuvas ou granizos que por ventura houvesse acontecido, mas sim pelas defesas bravias de tais desbravadores de tibias e femures por esse interiorzao de Deus. Eu creio que nao havia bola perdida em tais areas, os famigerados zagueiros precurssores do seriado OZ exageravam na, digamos batida na bola, era na bola, o que atrás deveria ter uma certa sustância, pois indubitavelmente acabavam colados ao alambrado mais proximo, pois nao havia ambulancias e era epoca da SAMDU, que era uma unidade por municipalidade e geralmente estava lá no hospital....Saudades dos Pontes!